É bem importante olharmos para esse mês com um cuidado maior a saúde mental das mulheres.
Em 1975, o 8 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente a data é comemorada em mais de 100 países como um dia de protesto pelos direitos femininos. É bem importante olharmos para esse mês com um cuidado maior a saúde mental das mulheres em especial das brasileiras. Desde 2017 o Brasil está no primeiro lugar no ranking de países mais ansioso do mundo, além de liderar o ranking da américa latina entre os países com o número de pessoas mais depressivas.
Antes do período pandêmico, as mulheres representavam quase dois terços das pessoas com transtornos de ansiedade e depressão, enquanto os homens eram maioria entre os transtornos causados por uso de álcool e outras drogas. Infelizmente, a partir de 2020, a crise sanitária teve um impacto brutal na saúde mental das pessoas em detrimento do isolamento social, podemos incluir também as incertezas, instabilidade econômica, do medo, do luto e de um sofrimento coletivo imenso ao redor do mundo.
Um estudo publicado na revista científica Lancet mostrou que a prevalência global de transtornos de ansiedade e depressão aumentou significativamente já em 2020, primeiro ano da pandemia. De acordo com esse dados, 67% dos novos casos de transtornos depressivos e 68% dos novos casos de transtornos de ansiedade foram registrados em mulheres, com maior prevalência entre as faixas de 20 a 40 anos para depressão, e de 15 aos 40 anos para ansiedade.
Muitas pessoas se questionam sobre o que gera ou leva uma pessoa a ter esses transtornos. Os principais fatores responsáveis por desencadear os transtornos podem ser: disposição genética; fatores ambientais; sociais e emocionais e alterações hormonais.
O primeiro motivo para as mulheres serem mais propensas a desenvolverem alguns transtornos psicológicos, é a questão dos hormônios. O homem é conduzido, principalmente, pela testosterona, que é um hormônio ligado a diferentes áreas do corpo e da personalidade, como vigor, energia sexual e, até mesmo, agressividade. Enquanto isso, as mulheres têm diferentes hormônios que guiam sua vida, que estão ligados, fortemente, com o ciclo hormonal. Dessa maneira, normalmente, o corpo passa 14 dias com índices maiores de estrogênio e outros 14 dias com maior índice de progesterona. Ademais, vale ressaltar que as mulheres passam, também, por outros períodos de grande alteração hormonal, como: gravidez; perimenopausa; pós-parto; menopausa.
Desse modo, é comum que as mulheres sofrem, não apenas com mudanças físicas, mas mudanças emocionais e comportamentais. Para tratamento é necessário apoio psicológico e muitas vezes o auxílio de fármacos para melhorar a qualidade de vida e proporcionar bem estar a paciente.
Psicóloga Daisy dos Anjos / Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental